Vitiligo é uma doença de cunho emocional caracterizada pelo surgimento súbito e progressivo, em qualquer idade de manchas brancas pelo corpo.
As áreas claras tendem a atingir os dois lados do corpo, normalmente mãos pés, face, tronco e os genitais. Estas manchas não coçam, não ardem, não doem e não são contagiosas. Em 70% dos casos há associação do surgimento das manchas a traumas emocionais graves.
Estatísticas mostram que cerca de 4% da população mundial é portadora de vitiligo. De causas ainda desconhecidas cientificamente, a “doença” surge como se fosse uma resposta do organismo às tensões emocionais, como grandes perdas materiais, discussões familiares, morte de um ente querido, viagem dos pais para fora ou mesmo stress excessivo no trabalho.
Vitiligo não pega, não dói e não mata, dizem especialistas
A maioria dos pacientes com vitiligo já foi vítima de algum tipo de preconceito. Especialistas no setor afirmam que isso colabora para atrasar a reação positiva do organismo dos portadores aos medicamentos. Discriminar um portador de Vitiligo é uma atitude que não se justifica, porque Vitiligo não é doença, é apenas um problema de pele e como tal deve ser encarado pela família e amigos. Dermatologistas asseguram que não existe nenhum risco de contágio directo ou indirecto.
O sol faz parte do tratamentoRegra geral os Dermatologistas são unânimes em afirmar que o sol é um dos mais importantes elementos do tratamento, mas é preciso cuidado ao fazer a exposição à luz solar. Todas as prescrições devem ser seguidas à risca para acelerar a formação das ilhas de repigmentação das áreas atingidas. O uso criterioso dos medicamentos e a exposição diária, por 30 minutos (de preferência até às 10h) é muito importante para o êxito do tratamento. A persistência do paciente é a principal aliada da recuperação.
Há uns 10/15 anos apareceram-me umas manchas brancas no peito sendo que na altura não dei muita atenção, pois o seu tamanho não aumentava e não sentia qualquer dor. Passados uns anos começaram a aparecer nos joelhos, genitais e mãos e essas sim começaram a alastrar-se.
Consultei um Dermatologista que me receitou uma pomada muito conhecida entre nós os pacientes. Apenas comecei a ver melhoras nos joelhos, pois começaram a pigmentar mas não a 100%.
Mas, o alastramento nas mãos continuava e apareceram duas novas muito pequenas e dissimuladas (pescoço e na face).
Consultei um outro médico que me falou de um tratamento que se estava a fazer em Espanha e que consistia na toma de uns comprimidos e banhos de sol diários de alguns minutos. Nunca me adaptei a esse tratamento, pois sentia efeitos secundários e também não via melhoras pelo que decidi interromper.
Decidi então encarar o Vitiligo de frente, ele é parte de mim, pelo que não adianta revoltar-nos ou escondermo-nos do mundo. Quando alguém pergunta, com a maior naturalidade lhes respondo do que se trata mas sem qualquer sentimento de inferioridade.
Talvez por isso durante algum tempo ele tenha estabilizado, sendo que nos últimos meses tenho reparado alguma evolução da doença, nomeadamente nas mãos e numa perna. Este alastramento estará por certo ligado ao meu sistema nervoso/estado psicológico.
Com este testemunho pretendo desafiar todos vocês a fazer o mesmo, falem da vossa experiência com o Vitiligo, pois não somos os únicos a ter esta doença. Por certo que muitos se irão rever nos vossos casos e também eles contribuir com o seu testemunho e quem sabe ainda que de forma indirecta não estaremos a contribuir para o avanço na investigação sobre a doença.
Em meados de 2005 e após utilização de um creme facial recomendado por um Dermatologista, a minha pele sofreu uma descamação devido à errada prescrição do creme. Desde aí surgiram duas manchinhas de despigmentação, as quais foram atribuídas à descamação da pele e que não teriam solução … resignei-me com o facto apesar de não ter gostado da ideia.
No início de 2006 notei que essas manchas tinham aumentado um pouco e a partir daí foi galopante. Em pouco tempo tinha uma área considerável de pele despigmentada que já era bem visível e não dava para ignorar. Informei-me sobre a doença e obtive dois diagnósticos possíveis … poderia ser a chamada Micose de Praia ou Vitíligo.
Fui falando com pessoas para tentar chegar aos melhores especialistas em Dermatologia e obtive dois nomes … ambos me deram o mesmo diagnóstico … era Vitíligo. A partir daí, passei a usar diariamente um protector de bloqueio total de raios solares e um gel regulador da despigmentação, receitados pelo segundo médico que consultei. Este especialista também me mandou fazer análises gerais e ao sistema imunitário.
O tratamento fez parar o alastramento da doença, mas por pouco tempo. Voltei a consultar o Dermatologista que me respondeu com um ar desolado - "Se continuar a aumentar, só temos uma solução … despigmentar a pele do rosto por inteiro." - Achei aquilo arrepiante e inconcebível, por isso não me resignei e continuei à procura de uma solução. Entretanto, no local de trabalho, reparei que um colega tinha pele despigmentada, mas que estava a ficar melhor e perguntei-lhe o que era … respondeu - "É Vitíligo e estou a fazer um tratamento em espanha, pois cá não me davam solução! Obtive o contacto através de outros colegas que também tinham este problema e que já se curaram. Outros que estão ainda em tratamento, mas todos com resultados positivos." - Acendeu-se uma luz e uma grande nota de esperança :)
Fiquei com os contactos e ponderei os custos … consulta, medicamentos, alojamento, alimentação e combustível para a viatura … não seria fácil, mas era motivo para arriscar e, em Agosto de 2006, lá pus pés a caminho … quer dizer … pus rodas a caminho :) Pois que ir e vir são cerca de 1.300km.
Ao consultar a especialista, fui informada de que, geralmente, são conseguidos resultados mais rápidos no tratamento do rosto, por ser um local de maior irrigação sanguínea. Felizmente era o meu caso! Nem tudo podia ser mau :) Esta doença aparece com especial incidência nas extremidades do corpo … rosto, mãos, pés e orgãos genitais, podendo alastrar ou mesmo aparecer noutras zonas do corpo. Felizmente o tratamento resultou e passado um ano e meio a pele do meu rosto tinha voltado ao normal. Pude voltar a ir à praia e a apanhar sol em esplanadas!
Atenção para o facto de a cura da doença não ser garantida, pois tudo depende da forma como o organismo de cada um responde aos medicamentos. As diversas fases do tratamento que é adequado para uma pessoa, pode não ser igual para as outras. A Dra. diz que, normalmente, quando a pele repigmenta dificilmente volta a perder cor, mas pode acontecer. Nesta doença tudo é possível e inesperado.
O Vitiligo é uma doença, não contagiosa, em que ocorre a perda da pigmentação natural da pele.
A sua causa e origem ainda não é bem compreendida, embora o factor auto-imune pareça ser importante. Contudo o stress físico, emocional e ansiedade são factores comuns no desencadeamento ou agravamento da doença. Patologicamente, o vitiligo caracteriza-se pela redução no número ou função dos melancólicos, células localizadas na epiderme responsáveis pela produção do pigmento cutâneo - a melanina. A doença pode surgir em qualquer idade.
Essa despigmentação ocorre geralmente em forma de manchas brancas de diversos tamanhos e com destruição focal ou difusa. Pode ocorrer em qualquer segmento da pele, inclusive na retina (olhos). Os locais mais comuns são a face, mãos, pés, cova dos braços, cotovelos, joelhos e genitais. Os pêlos localizados nas manchas poderão também perder a pigmentação e ficarem brancos. O local atingido fica bastante sensível ao sol, podendo ocorrer sérias queimaduras caso exposto ao sol sem protector, conferindo um risco para o desenvolvimento de câncer de pele. Daí a importância de usar sempre um protector na pele.
Existem vários tipos de vitiligo, sendo estes os mais comuns:
- Simétrico - é o mais comum. As manchas atingem ambos os lados do corpo.
- Assimétrico - é o que atinge um ou outro local da pele sem simetria.
- Segmentar - é o que se localiza somente num segmento do corpo, geralmente correspondendo ao trajecto da distribuição de algum nervo.
- Universal - podendo atingir quase toda a superfície da pele.